O poder da intenção transforma desejo em movimento

Neste artigo, trago alguns trechos muito interessantes sobre intencionalidade, extraídos de revista e livros sobre bem-estar, autoconhecimento e inteligência emocional. São reflexões que nos ajudam a entender como transformar desejo em movimento.

Vontades, planos, metas e desejos dançam livremente pela cabeça esperando para serem agarrados e materializados em ação. Talvez o que pode transformar o “querer” em “fazer” seja a intenção. Mas não quando ela também é apenas uma ideia, e sim quando há intencionalidade.

É como finalmente sair da inércia, de uma certa paralisação que muitas vezes traz angústias. Engatar a primeira marcha, achar o ponto da embreagem e seguir em frente. Vai dar certo? Não sabemos. Mas colocar intenção pode ser o primeiro passo para que um desejo se realize.

Desejo de verdade?

O psicólogo André Machado explica que o “querer” é um desejo, um pensamento fugaz que pode se dissipar diante do primeiro obstáculo. “A intencionalidade, por outro lado, é o compromisso interno de transformar esse desejo em ação.”

“É como a diferença entre sonhar e correr uma maratona e calçar os tênis para treinar. A intenção envolve clareza de propósito e um passo deliberado, mesmo que pequeno, em direção ao objetivo.”

A psicanalista Tássia Borges acrescenta que é necessário diferenciar uma simples vontade de um desejo que pulsa. “A vontade fica no campo das ideias, da imaginação. O desejo tem uma profundidade maior, mais relevância para motivar a ação. Acredito que essa é uma diferença fundamental entre querer fazer alguma coisa e, de fato, ter a intenção para a realização.”

“O desejo geralmente tem mais relação com a essência da pessoa, com a personalidade. Por isso, a intenção ganha força, muito mais do que apenas querer fazer algo.”

A força do autoconhecimento

Mas como colocar, de fato, intencionalidade naquilo que desejamos? A resposta não é simples e exige autoconhecimento e uma conexão entre mente, emoção e propósito.

“É um alinhamento interno que surge quando reconhecemos o que realmente importa para nós. A força psíquica vem de um ‘porquê’ claro: saber o motivo da ação dá energia para superar a resistência inicial”, afirma Machado.

“A consciência de si é a base da intencionalidade. Sem autoconhecimento, nossas intenções podem ser desalinhadas com quem somos ou com o que realmente queremos. Conhecer nossos valores, limitações e gatilhos emocionais permite direcionar a energia para mudanças significativas, em vez de nos perdermos em impulsos ou distrações.”

Tássia acrescenta que autoconhecimento e esclarecimentos sobre a própria vida são essenciais neste processo de movimento. “Quando estamos na camada superficial, achamos que sabemos o que queremos, mas vivemos no automático, introjetando frases prontas ou adotando soluções de outras pessoas”, diz.

“A força psíquica que permite transformar intenção em ação está ligada à verdade própria. Gosto muito da palavra motivação: motivo para ação.”

A psicanalista nos dá um exemplo: “Vejo todo mundo acordando cedo para praticar exercício e quero acordar às 5h para fazer exercício. No entanto, trabalhei até 23h na noite anterior. É importante entender de onde vem esse desejo: se é realmente seu ou se é apenas para seguir o caminho de alguém.”

Ela explica que essa força para realização vem da verdade. “Eu brinco de ‘verdades secretas’: admitir para si mesmo os pontos fortes, os fracos e os limites. E, acima de tudo, praticar autogentileza. Muitas vezes nos cobramos coisas dolorosas e difíceis para nós.”

O que nos trava?

O desejo está ali. Você já reconheceu e está prestes a colocar finalmente intenção para concretizá-lo. Mas porque, muitas vezes, há um recuo?

Tássia cita uma frase de Sigmund Freud, pai da psicanálise: “Enquanto a dor de viver não for maior que a mudança, a pessoa não muda.”

Do ponto de vista da psicanálise, há uma esfera consciente e o famoso inconsciente. “Acredito que muitas pessoas ficam no automático, mesmo quando dizem desejar, porque talvez não desejem de verdade. E aí é uma ‘mentirinha’ que contamos para nós mesmos. Claro, de forma inconsciente.”

“Muitas pessoas permanecem no automático porque não está desconfortável o suficiente para promover uma mudança, mesmo que simples.”

Para Machado, a inércia é mantida, muitas vezes, pelo medo do fracasso, pela falta de clareza sobre o que se quer ou por hábitos enraizados. “Desejar é fácil. Agir exige enfrentar incertezas e desconfortos.”

“Além disso, a ausência de um plano claro ou o peso de expectativas irreais pode paralisar. Muitas vezes, ficamos presos ao conforto do conhecido, mesmo que ele não nos satisfaça”, complementa.

Tem como treinar a intencionalidade?

De acordo com Machado, a intencionalidade é como um músculo: pode ser fortalecida com prática. Pequenas ações diárias, como definir metas claras, criar rituais simples ou praticar a atenção plena, ajudam a desenvolver a capacidade de agir com propósito.

Para Tássia, a intencionalidade pode ser altamente desenvolvida e, novamente, tem relação com o autoconhecimento. “Podemos pensar em um despertar, que pode chegar a um ponto extremamente proveitoso e frutífero.”

“Quanto mais eu entendo minhas verdades, minhas razões e meus poréns, mais consigo compreender as minhas intenções. Essa clareza faz com que, em um ponto mais avançado, eu ‘treine’ e, sobretudo, desenvolva cada vez mais a intencionalidade.”

Como usar a intencionalidade para mudar hábitos

Mudar hábitos não é fácil, mas é possível quando existe clareza sobre o porquê. Essa clareza dá energia para enfrentar obstáculos e sustenta o processo de transformação. Veja como aplicar a intencionalidade nos três pilares que sustentam nossa saúde:

  • Cuidado físico: em vez de pensar “preciso me exercitar porque todo mundo faz”, conecte-se com o seu motivo pessoal: ter mais disposição para brincar com os filhos, prevenir doenças ou envelhecer com vitalidade. O treino deixa de ser obrigação e se torna escolha consciente.
  • Cuidado mental: praticar a intencionalidade pode significar criar pequenos rituais de foco e presença, como desligar o celular em determinados momentos ou reservar alguns minutos para respiração e silêncio. São atitudes que fortalecem a clareza e diminuem o estresse.
  • Cuidado emocional: aqui entra a autogentileza. Colocar intenção significa reconhecer seus limites, não se cobrar por seguir padrões externos e se permitir viver mudanças no seu ritmo. A intenção verdadeira nasce da sua verdade própria, não da comparação.

No fim, colocar intenção é mais do que planejar ou sonhar: é assumir um compromisso interno com aquilo que realmente faz sentido. Esse movimento não garante certezas, mas abre caminhos. Cada passo dado com consciência, ainda que pequeno, fortalece a confiança em si mesmo e dá forma ao que antes existia apenas na imaginação.

Intencionalidade pode ser entendida como a arte de alinhar propósito, desejo e ação. É nesse encontro que nascem transformações.

Fontes:

Revista Vida Simples

Livro Hábitos Atômicos de James Clear

Livro O Pode do Hábito de Charles Duhigg

Livro Em Busca de Sentido de Viktor Frankl

Livro Inteligência Emocional de Daniel Goleman

Livro The Willpower de Kelly McGonigal

Quando alinhamos autoconhecimento, verdade íntima e propósito, surgem as condições necessárias para sair da inércia e criar novas possibilidades em qualquer área da vida.

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